O primeiro processo concluído de impeachment de um governador brasileiro aconteceu em Alagoas, e ficou marcado como um dos episódios mais violentos da política nacional. A oposição em torno do então governador Muniz Falcão cresceu após a criação de um novo imposto sobre a produção de cana-de-açúcar no estado, o que desagradou diretamente a elite canavieira, muito influente na política local.
Numa sexta-feira, 13 de setembro de 1957, o plenário da Assembleia Legislativa de Alagoas, composto por 22 deputados de oposição e 13 governistas, reuniu-se para a votação final do afastamento. Os parlamentares, que carregavam revólveres e metralhadoras, iniciaram um conflito em que foram disparados mais de mil tiros. Oito pessoas ficaram feridas, e o parlamentar Humberto Mendes foi morto.
Concluída uma semana depois sem a presença dos deputados governistas, a votação que afastou Muniz Falcão foi considerada ilegal pelo Supremo Tribunal Federal. Posteriormente, Muniz Falcão foi absolvido do impeachment por uma comissão de deputados e desembargadores, e conseguiu voltar ao poder em 1958.