Considerado um dos mais importantes escritores da língua portuguesa, o alagoano Graciliano Ramos (1892–1953), autor de obras como Vidas Secas e São Bernardo, foi preso em sua residência em Maceió, no dia 03 de março de 1936. Segundo a ficha do escritor, a prisão ocorreu em decorrência de suas “atividades subversivas”. A acusação, nunca formalizada, era de conspiração num frustrado levante comunista de novembro de 1935.
Graciliano foi transferido para Recife, e depois seguiu de navio para o Rio de Janeiro. Ele foi solto dez meses depois, em 13 de janeiro de 1937. Após a prisão, o escritor se estabeleceu no Rio de Janeiro. A experiência traumática foi relatada por ele no livro biográfico “Memórias do Cárcere”, publicado em 1953, após sua morte. O livro é considerado o mais contundente relato das violências nas prisões da ditadura de Getúlio Vargas.